terça-feira, 30 de novembro de 2010

Palestras da semana (28/11 a 04/12)

Domingo, 28 de novembro, 19h.
Tema: Prova e expiação
Palestrante: Conceição

Terça-feira, 30 de novembro, 20h.
Tema: Estudo
Palestrante: João

Quarta-feira, 01 de dezembro, 16h.
Tema: Eles vivem
Palestrante: Simone

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Personagens da Boa Nova: Barnabé

Era originário de Chipre e foi considerado por Pedro como um dos apóstolos, embora não fizesse parte dos doze. Seu nome era José, mas na "Casa do Caminho" o chamavam Barnabé, que significa "filho da exortação".


Atos dos Apóstolos se refere a ele como o Justo e informa que ele vendeu um terreno de sua propriedade e doou o dinheiro à Igreja nascente.

Daniel Rops o descreve como: "Um homem bom, cheio de espírito e de fé. E de uma sabedoria também, como veio depois a mostrar. Cipriota de origem, falava, portanto, o grego, desde que nascera, mas, pela raça, pertencia à tribo de Levi.(...)" (1)

Devia ser oleiro, pois em suas andanças apostólicas, chegará a se empregar em uma olaria, a fim de prover a expedição de recursos.

Antes de se transferir definitivamente para Jerusalém, Barnabé tivera oportunidade de ouvir referências à grande coragem de Saulo, na Sinagoga de Damasco, logo após a sua conversão.

Tais informações seriam repassadas ao grupo dos homens do Caminho quando Saulo busca acolhida entre eles.

Por não conhecer Saulo pessoalmente, foi designado por Pedro para visitar o doutor de Tarso, em nome da "Casa do Caminho", a fim de sentir a sua sinceridade. Barnabé, diz Emmanuel, "(...) destaca-se por sua grande bondade. Sua expressão carinhosa e humilde, seu espírito conciliador, contribuíam, na igreja, para a solução pacífica de todos os assuntos." (2)

Com um sorriso generoso, ele procura Saulo, na pensão onde aquele se hospedara. Abraça-o e lhe dirige palavras afetuosas. "(...) Em poucas horas sentia-se tão identificado com o novo amigo, quais se fossem conhecidos de longos anos.(...)" (2)

Discreto, salda as dívidas de Saulo, junto ao hospedeiro. E o introduz na "Casa do Caminho", levando-o pela mão. Mais tarde, quando o ex-levita de Chipre foi designado por Simão Pedro para dirigir o núcleo nascente em Antioquia, a conselho desse, foi a Tarso buscar Saulo, para ser seu auxiliar.

Os pregadores mais destacados, na Igreja de Antioquia eram Barnabé e Manahen. Quando chegam as notícias das graves perseguições em Jerusalém, recolhidas as cotas de auxílio, Barnabé se prontifica a ser o portador à "Casa do Caminho".

Acompanhado de Saulo, segue a Jerusalém, onde se hospedam em casa de sua irmã, Maria Marcos. Dali seguem, agora acrescida a caravana pelo sobrinho, João Marcos, adolescente, para a formosa cidade do Orontes.

Instado por Saulo, Barnabé se entusiasma com a idéia de levar o Evangelho aos gentios. Rejubila-se com as perspectivas e, como há muito, tivesse necessidade de voltar a sua terra, para resolver uns problemas de família, propõe que se inicie o serviço apostólico pelas aldeias e cidades de Chipre.

Retornando a Antioquia, Barnabé expõe o plano aos demais companheiros. "(...) Seus pareceres veementes eram mais que justos. Se perseverasse o marasmo nas igrejas, o Cristianismo estava destinado a perecer.(...)" (5)

O discípulo de Simão Pedro recebeu a aquiescência dos demais e, no momento da prece, a "(...) a voz do Espírito Santo se fez ouvir no ambiente de simplicidade pura, inculcando fossem Barnabé e Saulo destacados para a evangelização dos gentios." (5)

Iniciada a viagem, pelas localidades onde passassem, era sempre Barnabé quem realizava a oratória. A sua palavra era profundamente contemporizadora, com extremo cuidado de não ofender os melindres judaicos, o que nem sempre agradava Saulo.

Quando chegaram a Nea-Pafos, ele estava exausto. Nunca tivera tantos labores. Mas temia confiar a Saulo as responsabilidades do ensinamento. Foi ali que, ao falar na Sinagoga, fez a apresentação do Evangelho com raro brilhantismo, diga-se, como verdadeiro e ardente inspirado. Tal foi a repercussão, que passou a organizar reuniões em casas particulares, especialmente cedidas por simpatizantes da doutrina de Jesus.

Impondo as mãos, ele e Saulo curavam as pessoas, orando e oferecendo água pura. Foi numa dessas assembléias que, acreditando que o auditório presente não requisitava maior erudição, Barnabé resolveu pedir a Saulo que fizesse a pregação da Boa Nova, verificando então como o ex-rabino se transformara.

Após a entrevista com o Procônsul Sérgio Paulo, sua cura e os fatos extraordinários que observa, da parte do amigo, Barnabé deixa de ser o chefe da equipe. Torna-se nada mais do que um companheiro de Saulo, um membro da sua comitiva.

Em momento oportuno, sugere a Saulo a mudança de nome, o que esse, em homenagem à conversão do Procônsul, toma o nome de Paulo.

Toda a grandeza de Barnabé se evidencia em seu posicionamento. Permite, de forma natural, que Paulo se destaque, com a certeza de que nas tarefas do Cristo, todos somos servidores da mesma causa, dando aquilo que se pode, contidos apenas pelas limitações pessoais.

É o grande amigo de Paulo. Quando esse adoece, como em Antioquia de Pisídia, durante um mês trata-o da influência maligna da febre devoradora. De outras, lhe pensaria as feridas por apedrejamento, como em Listra. Provavelmente já se conheciam e se estimavam antes da existência em que juntos viveram espalhando a mensagem de Jesus.

Em Listra, na Licaônia, com seu porte majestoso e viril, é confundido com o próprio Júpiter, o pai supremo das divindades olímpicas, que ali era venerado em suntuoso templo.

Mais tarde, enquanto Paulo partiria para o Tauro, Barnabé e seu sobrinho João Marcos retornariam para Chipre, a fim de cuidar da organizacão que ali fora fundada, na primeira viagem com Paulo.

Eram dois irmãos muito amados, que o Mestre chamava a diferentes destinos e daí em diante, a História perde Barnabé de vista.

"(...) Não é uma figura que se destaque por brilho invulgar na história do Cristianismo nascente, mas merece referencial especial pela sua amizade e dedicação pessoal a Paulo e a Pedro." (1)

Também pela grandeza de espírito, que se ocultou no anonimato, para atender as tarefas preciosas junto aos desvalidos e necessitados da Boa Nova, permitindo que o Apóstolo tarsense se engrandecesse na disseminação das luzes do Cristo, buscando a gentilidade.


Bibliografia:
01.MIRANDA, Hermínio C. Os amigos. In:___. As marcas do Cristo. Rio [de Janeiro]: FEB, 1979. vol. I, cap. 4.
02.XAVIER, Francisco Cândido. Lutas e humilhações. In:___. Paulo e Estêvão. 1. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2002. pt. 2, cap. 3.
03.______. Lutas pelo evangelho. Op. cit. pt. 2, cap. 5.
04.______. Peregrinações e sacrifícios. Op. cit. pt. 2, cap. 6.
05.______. Primeiros labores apostólicos. Op. cit. pt. 2, cap. 4.

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1- Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - março/2004.
2- Texto faz parte também do livro Personagens da Boa Nova, publicado em 2010, pela FEP - Federação Espírita do Paraná.
3- Personagens da Boa Nova é o tema da VIII Mostra Espírita do CEPAC, que será apresentada no dia 20 de novembro.

sábado, 20 de novembro de 2010

Palestras da semana (21/11 a 27/11)

Domingo, 21 de outubro, 19h.
Tema: Os que velam por nós
Palestrante: Inelsi

Terça-feira, 23 de novembro, 20h.
Tema: O médico espiritual
Palestrante: Simone

Quarta-feira, 24 de novembro, 16h.
Tema: Estudo
Palestrante: João

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Personagens da Boa Nova: Aurélio Quintus Pompeu

Quantos terão privado da presença de Jesus, ao tempo em que Ele andou pelos caminhos terrenos?

O Evangelista João, ao se referir aos ditos e feitos do Mestre, sabiamente assinalou: "Muitas outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que seria preciso escrever." (2)

Pensamos que, igualmente, foram tantas as pessoas que tiveram contato com Jesus, que se beneficiaram de Sua palavra, de Seus ensinos que, dificilmente, poderemos ter a exata noção de quantos foram.

Assim, nas obras espíritas, encontramos preciosas pérolas que nos informam de um ou outro personagem, cuja vida, após o encontro com Jesus, se transformou e cujos feitos altruístas ficaram somente dEle conhecidos.

Um desses é Aurélio Quintus Pompeu, filho de um modesto oficial da legião romana da Judéia e de uma jovem grega, que ele conhecera e com quem se casara, em Jerusalém.

O oficial romano cedo desencarnou, durante uma expedição em que combatia uma dessas rebeliões, tão freqüentes na Judéia e na Palestina.

Léa, a jovem mãe, ficou com o pequenino Aurélio nos braços, ao sabor de aflitiva pobreza. Temerosa que Roma lhe tomasse o filho, não procurou as autoridades competentes, para rogar socorro e passou a trabalhar.

Dava lições de grego, tecia colchas e tapeçarias, vendia frutos do seu quintal, doces que fabricava em sua modesta cozinha, enfim, tudo fazia para criar o filho, ensinando-lhe os princípios da boa educação.

Quando João, o Batista, iniciou suas pregações em Betabara, no vau do Jordão, a convite de vizinhos que com ela insistiram, Léa foi ouvi-lo. Embora estrangeira, ela já adotara a crença de Israel, no Deus único.

Levou o filho, de apenas 7 anos, consigo. Era inverno. O pequeno Aurélio ouviu, junto com sua mãe, as pregações de João, durante três dias.

E, como o Batista falava que o Messias já estava na Galiléia, o trajeto seguinte foi naquela direção.

Léa tornou-se cristã, despertando a atenção do filho para as pregações de Jesus. E o menino, levado pela mãe, ouviu o Sermão da Montanha, ouviu Jesus nas Sinagogas, nas praças públicas, assistiu, maravilhado, a inúmeras curas.

Finalmente um dia, a instâncias de sua mãe, foi abençoado pelo Mestre que sobre ele apôs as Suas mãos.

Aurélio ainda participou da ovação, na célebre entrada de Jesus em Jerusalém. Depois, foram as horas de tristeza da prisão e condenação dAquele que era a Esperança, a Vida, o Caminho.

Arrastado pela mãe, seguiu o infeliz cortejo, no meio do povo, até o Calvário. Foi a primeira vez que ele contemplou o suplício da cruz. O dia estava quente, o sol abrasador lhe queimou as costas nuas pois, nesse dia, dada a pressa com que havia circulado a notícia da condenação do Mestre, a mãe até esquecera de vestir de forma conveniente seu filho.

A tristeza abateu-se naquele lar. Léa, traumatizada pelo horror que presenciara, teve forte crise nervosa e recolheu-se ao leito. A febre a parecia devorar.

Aurélio, então com seus dez anos, não sabia se chorava mais pelo amigo morto ou pela mãe enferma. Em meio à tristeza, entretanto, era preciso moer os grãos para a farinha e o pão, bater a massa, fritar os peixes, acender o fogo para cozer os nabos, as couves, servir o caldo à doente, lavar os pratos.

No domingo, terceiro dia da morte de Jesus, tudo se modificou. Os vizinhos entraram correndo pela casa, anunciando que o Mestre de Nazaré ressuscitara.

Ele aparecera a Maria de Magdala, Simão e João haviam encontrado o túmulo vazio, a cidade toda estava agitada.

Léa levantou-se do leito e vestiu-se. Ainda trêmula de fraqueza e de emoção partiu com os amigos, à procura de mais notícias sobre o empolgante acontecimento.

Aurélio a seguia, o coração pulsante de alegria, correndo e gritando, imitando o que ouvia outros repetirem: "Aleluia! Hosanas ao Filho de David que ressurgiu dos mortos!"

Era importante sair às ruas e bradar do triunfo depois da morte na cruz, anunciar a todos a grande novidade...

Os anos seguintes mostrariam que os paladinos do Cristo, que deveriam espalhar a Boa Nova pelo mundo inteiro, haveriam de pagar com muitas dores, a sua ousadia.

Perseguições foram desencadeadas e eles passaram a ser banidos e mortos. Na primeira perseguição, em Jerusalém, após a morte de Jesus, Léa foi morta a golpes de sabre, enquanto ouvia oradores cristãos, na praça pública.

Aurélio era um adolescente de treze anos. Recolhido em casa de amigos, com os quais mais se ilustrou nos princípios da nova Doutrina, cedo iniciou seu apostolado.

Desejava ser cidadão do Cristo, ter a honra de servi-lO. À semelhança de outros tantos servidores anônimos, O serviu com denodo e dignidade.

Finalmente, acompanhando caravanas de cristãos que desejavam levar ao coração do grande Império dos homens a notícia do Reino de Deus, foi a Roma.

Ali, com amor e abnegação falou do que vira, de Lázaro arrancado das trevas da morte, de Zaqueu conquistado para o Reino de Deus, do que presenciara, do que ouvira.

Um dia, já com cerca de quarenta anos de idade, Aurélio foi preso. A condenação foi a morte em um poste do Circo de Nero, incinerado, iluminando a noite de loucuras humanas.

Sua morte foi suave, contudo, apesar da atrocidade por parte dos que se transformaram em carrascos de outros homens.

Jesus apareceu aos condenados na hora suprema, estendeu-lhes a mão, como costumava fazer em Suas prédicas nas praias da Galiléia e deixou que ouvissem Sua voz, reafirmando:

"Eu sou a Ressurreição e a Vida! O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo o que vive, e crê em mim, não morrerá eternamente!" (1)

Bibliografia:
1. PEREIRA, Yvonne A. Ressurreição e Vida! In:___. Ressurreição e vida. Pelo espírito Léon Tolstoi. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1965. cap. VI.
2. BÍBLIA, N.T. João. Português. Bíblia Sagrada. 6. ed. São Paulo: PAULINAS, 1953. cap. 21, vers. 25.

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1- Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - março/2006.
2- Texto faz parte também do livro Personagens da Boa Nova, publicado em 2010, pela FEP - Federação Espírita do Paraná.
3- Personagens da Boa Nova é o tema da VIII Mostra Espírita do CEPAC, que será apresentada no dia 20 de novembro.

sábado, 13 de novembro de 2010

Palestras da semana (14/11 a 20/11)

Domingo, 14 de novembro, 19h.
Tema: As mulheres no Evangelho
Palestrante: Sheila

Terça-feira, 16 de novembro, 20h.
Tema: Terapia do Perdão
Palestrante: Adriana

Quarta-feira, 17 de novembro, 16h.
Tema: O médico espiritual
Palestrante: Simone

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Personagens da Boa Nova: Apio Corvino - o pregador de Lugdunum

Ele estava em Roma, no ano 217. Sua palavra vibrante e emotiva, aos 70 anos, que algumas rugas assinalavam nas faces serenas, atraía aos cemitérios um grande número de cristãos. Os cemitérios eram, então, os lugares onde se reuniam aqueles que desejavam ouvir a Boa Nova, o Evangelho de Jesus. Entre as tumbas que ostentavam versos de imortalidade, nunca de negação à vida, tais como "Crescêncio vive", "Festo, Jesus te abençoe", as palavras de vida eterna eram bebidas a horas mortas.

Ápio Corvino, nascido nas Gálias, ainda jovem se decidiu ao trabalho da fé, o que lhe valeu o repúdio de muitos. Por causa disso, exilou-se em Alexandria por dez anos, onde adquiriu valiosas experiências.

Em Lugdunum, a velha Lyon, situada entre os rios Rhône e Saône, votara-se ao trabalho na igreja de São João. Com o objetivo de prover às necessidades das crianças mantidas pela igreja, ele trabalhava na agricultura e na jardinagem. Também viajava freqüentemente, angariando fundos.

Lyon foi fundada em 43 a.C., pelos romanos e por sua admirável posição geográfica, se tornara expressivo centro político administrativo do mundo gaulês.

A comunidade cristã da localidade se sentia depositária das mais vivas tradições do Evangelho. Os cristãos formavam uma verdadeira família. Enquanto as perseguições eram atrozes, fazendo-se multiplicar os postes de martírio, espetáculos de feras, cruzes, fogueiras, chicotes e selvageria para com mulheres e crianças, os remanescentes das perseguições eram amparados: velhos, enfermos, mutilados, mulheres, crianças e jovens.

Naquele ano de 217, pois, Corvino estava na capital romana angariando fundos para levar para os abrigados pela Igreja de São João.

Enquanto ali se demorava, os cristãos acorriam para ouvi-lo. Ele narrava, com memória invejável, os acontecimentos dos martirológios dos seguidores do Cristo, nas perseguições de 177.

Lembrava-lhes a fortaleza moral nos interrogatórios, as respostas inspiradas, os suplícios em pormenores. Espancamentos, humilhações, a tortura da cadeira de ferro incandescido eram recordados por ele, entre lágrimas, eis que alguns dos martirizados lhe tinham sido amigos devotados.

Para os que o ouviam, constituíam-se ingredientes que os vinham fortalecer para os embates que viriam a qualquer momento.

E, depois, com ardor juvenil, sua palavra firme pregava a necessidade da paciência e da esperança, para a implantação do Reino de Deus na Terra dos homens.

Fora iniciado na fé por Átalo de Pérgamo, que testificara sua adesão ao Cristo, entre torturas que foram do chicote à degola, e que envolveram um processo moroso, em simulacro de justiça.

Antes de entrar no anfiteatro, para o martírio final, conversaram orientador e discípulo. Corvino era, então, jovem, e sentia o coração se despedaçar ante a marcha para o sacrifício do especial amigo.

Esse, no entanto, seguro da vida que não perece, lhe prometera acompanhar-lhe os passos. E assim o fez, ao longo dos anos, amparando-o da Espiritualidade, como amigo fiel, nas horas de inquietação e nos dias cinzentos de tristeza.

Naquele seu périplo doutrinário, Corvino planejara visitar a comunidade de Cartago, na África, antes de retornar a Lugdunum. Assim, quando um amigo, de nome Quinto Varro, lhe acena com a possibilidade de lhe conseguir transporte em navio no qual ele próprio se deslocaria até àquela cidade, Corvino se reúne a ele, agradecido.

Embarcou no posto de Óstia, em soberba trirreme, alojando-se em câmara estreita, reservada a Quinto Varro, próxima ao alojamento do capitão. Sua bagagem era reduzida: uma túnica gasta, uma pele de cabra e uma bolsa com documentos.

O amigo o ajudou a se instalar e passaram a conversar. Ápio tinha planos para a igreja de Lyon, entre outros, consolidar o trabalho de assistência social, em nome do Cristo.

O tempo foi devorando as horas, enquanto trocavam apontamentos e considerações. Quando o navio se pôs em movimento, Ápio Corvino externou um sorriso, qual o de uma criança que se prepara para uma festa.

As pancadas rítmicas dos martelos, controlando a ginástica dos remadores foram os ruídos que dominaram por algum tempo. Depois, o vento se manifestou forte.

Corvino não acompanhou o amigo à proa. Desejava deitar-se, orar e descansar um pouco.

O que nenhum dos dois sabia é que a viagem de Quinto Varro fora ardilosamente maquinada, a fim de que a vida lhe pudesse ser ceifada e o corpo jogado ao mar. Interesses escusos comandavam as mentes.

No entanto, entre os encarregados da execução do terrível plano, havia um homem a quem o pai de Varro salvara em certa oportunidade. Em nome dessa gratidão, esse decide salvar-lhe a vida. Ordena, pois, ao assassino contratado que adentre a cabine e elimine o velho Corvino, em lugar daquele.

Quando o jovem romano retorna à cabine para o repouso, descobre o pregador ferido. Uma rosa de sangue cobria-lhe as vestes. O ancião lhe confia recomendações, cartas e recursos que devem ser entregues à igreja de Lyon. Depois, deseja ver o céu, ouvir uma página cristã.
Uma folha gasta de pergaminho é lida à claridade bruxuleante da tocha. Corvino sorri, oferecendo a Deus e aos homens o seu próprio coração.

Finalmente, o fatigado coração do apóstolo parou, a respiração desapareceu, o corpo se inteiriçou.

Pouco depois, o cadáver foi envolvido em grande lençol, amarrado e jogado ao mar. Ápio Corvino encerrava sua etapa reencarnatória, retornando ao lar, vitorioso, para ser recebido por centenas de estrelas brilhantes, seus amigos que o vieram receber no portal da nova vida.


Bibliografia:
1. Xavier, Francisco Cândido. Compromisso do coração. In:___. Ave, Cristo! Pelo espírito Emmanuel. 3. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1966. cap. III.
2. ______. Corações em luta. Op. cit. cap. II.
3. ______. Preparando caminhos. Op. cit. cap. I.


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1- Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - junho/2006.
2- Texto faz parte também do livro Personagens da Boa Nova,publicado em 2010, pela FEP - Federação Espírita do Paraná.
3- Personagens da Boa Nova é o tema da VIII Mostra Espírita do CEPAC, que será apresentada no dia 20 de novembro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Agenda Cristã: Em favor de você mesmo

Aprenda a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis.

*

Ajude sem exigência para que outro o auxilie, sem reclamações.

*

Não encarcere o vizinho no seu modo de pensar; dê ao companheiro oportunidade de conceber a vida tão livremente quanto você.

*

Guarde cuidado no modo de exprimir-se; em várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras.

*

Refira-se a você o menos possível; colabore fraternalmente nas alegrias do próximo.

*

Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa ao que ouve.

*

Deixe ao irmão a autoria das boas idéias e não se preocupe se for esquecido, convicto de que as iniciativas elevadas não pertencem efetivamente a você, de vez que todo bem procede originariamente de Deus.

*

Interprete o adversário como portador de equilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros.

*

Discuta com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus.

*

Se você considerar excessivamente as críticas do inferior, suporte sem mágoa as injunções do plano a que se precipitou.

*

Seja útil em qualquer lugar, mas não guarde a pretensão de agradar a todos; não intente o que o próprio Cristo ainda não conseguiu.

*

Defrontado pelo erro, corrija-o primeiramente em você, e, em seguida, nos outros, sem violência e sem ódio.

*

Se a perfídia cruzar seu caminho, recuse-lhe a honra da indignação examine-a, com um sorriso silencioso, estude-lhe o processo calmamente e, logo após, transforme-a em material digno da vida.

*

Ampare fraternalmente o invejoso; o despeito é indisfarçável homenagem ao mérito e, pagando semelhante tributo, o homem comum atormenta-se e sofre.

*

Habitue-se à serenidade e à fortaleza, nos círculos da luta humana; sem essas conquistas dificilmente sairá você do vaivém das reencarnações inferiores.


Agenda Cristã, livro publicado
em 1947, ditado pelo Espírito André Luiz
e psicografado por Francisco Cândido Xavier,
tem seus capítulos publicados no blog
todas as quartas-feiras.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Momento Espírita: A honra



Conta-se que um promotor público, nomeado para uma cidade interiorana do Sul do Brasil, ali chegou jovem e entusiasta.

Conhecedor da lei, amante da ordem e do direito, se propôs a realizar o melhor, naquela localidade.

Um dos primeiros casos que lhe chegou às mãos foi o de um homem que, em plena praça, à vista de vários cidadãos, descarregara todas as balas do seu revólver em sua esposa.

Fora um crime bárbaro, cruel, presenciado por muitos. O jovem promotor estudou o caso e, com tranquilidade, se propôs a fazer a acusação daquele réu.

Para ele, não havia dúvidas. Tratava-se de um crime bárbaro. O homem, tomado de ciúmes, pois descobrira que a esposa o traíra, a matara de forma fria, premeditada.

Havia muitas testemunhas. O fato era notório. Não havia erro. Aquele homem seria condenado.

Contudo, no transcurso do processo, foi se tomando de surpresa o promotor.

O advogado do réu apresentou sua defesa baseado em que ele não deveria ser julgado culpado pois, afinal, fora brutalmente ofendido em sua honra.

A surpresa foi maior ainda quando o júri chegou ao veredito de inocente. Entenderam os jurados daquela cidade que o homem traído mais não fizera do que lavar a sua honra. E honra se lava com sangue.

Não se tratava de uma questão de direito, de certo e de errado, mas de como aquela gente entendia que tudo deveria ser resolvido.

E, no caso, somente a morte poderia lavar a honra daquele cidadão.

***

Em várias localidades, em nosso país e no mundo, muitos ainda acreditam que a honra se lava com sangue.

Quando ouvimos relatos de fatos semelhantes, aqui e ali, tentando justificar atos de violência, ficamos chocados.

Compete-nos refletir e pesar nossos valores.

Recordamos que, certa feita, Moandas Gandhi, o líder pacifista da Índia, foi esbofeteado em pleno rosto.

O golpe fora tão rude que ele caíra. Levantou-se, limpou a poeira da roupa e, sereno, continuou o seu caminho.

Uma jornalista londrina teve oportunidade de lhe perguntar:

- Senhor, o senhor não vai revidar?

- Por que deveria? – Perguntou, tranquilo.

- Mas, senhor, ele lhe esbofeteou a face. Feriu a sua honra.

Gandhi a olhou, profundamente, nos olhos e respondeu:

Minha jovem, minha honra não está no rosto.

Sim, sua honra como a de todos nós, não está no rosto. A honra está na alma e essa ninguém a pode remover, senão nós mesmos.

Manchamos nossa honra de filhos de Deus quando nos permitimos revidar agressões, descer ao nível do agressor.

Dilapidamos nossa honra quando nos permitimos compactuar com a mentira, com a corrupção, com o crime de qualquer nível.

Pensemos nisso e nos mantenhamos no bem, no caminho do reto dever, mesmo que as circunstâncias pareçam contra nós.

Recordemos a exortação do Divino Pastor: Quem perseverar até o fim, este será salvo!

Perseveremos no bem, conservando a honra inigualável de filhos de Deus.

Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado
 por Sandra Della Pola, em palestra proferida no Teatro da
 Federação Espírita do Paraná, no dia 11 de julho de 2010.
Em 27.09.2010

sábado, 6 de novembro de 2010

Palestras da semana (07/11 a 13/11)

Domingo, 07 de novembro, 19h.
Tema: Aborto e suas consequências
Palestrante: Tânia

Terça-feira, 09 de novembro, 20h.
Tema: Livre
Palestrante: Convidado URE (União Regional Espírita)

Quarta-feira, 10 de novembro, 16h.
Tema: Trabalho, lei da vida
Palestrante: Tânia

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Personagens da Boa Nova: Ananias

É possível que, se Deus nos houvera consultado a respeito de quem poderia auxiliar Saulo de Tarso, na jornada que lhe competia, tivéssemos optado por alguém de subida reputação na sociedade da época ou orador de destacadas qualidades.

No entanto, quem auxiliará Saulo nos primeiros passos da Boa Nova não é senão um ancião, cujo nome hebraico, na forma grega, significa Yavé compadeceu-se ou como anotam outros, Jeová tem demonstrado favor. Carecendo de vigor físico, traz n'alma, no entanto, as forças imensuráveis de quem guarda a certeza do Ideal abraçado.

Ananias era sapateiro em Emaús e o vemos citado pela vez primeira em Atos dos Apóstolos, em seu capítulo 9, a partir do versículo 10, quando Lucas registra sua visão de Jesus, conclamando-o a visitar Saulo de Tarso, em sua cegueira e abandono.

É Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, contudo, que nos dá notícias anteriores, de sua interferência, embora indireta, na vida de Saulo, que viria se tornar o Apóstolo dos Gentios. Quando, após o episódio da morte de Estêvão, em Jerusalém, decorridos oito meses de silêncio e ausência, o moço de Tarso retorna a Jope para ver sua amada Abigail, a encontra enferma... e cristã.

É-lhe um duro golpe ao coração. Ela fora convertida ao Homem de Nazaré por um "pobre velho chamado Ananias.(...) O pobre mendigo deu-lhe como lembrança alguns pergaminhos com os ensinamentos do famoso carpinteiro de Nazaré..." (2)

O aluno de Gamaliel, após a morte de Abigail, decide procurar Ananias. Deseja destroçá-lo, vingando-se por ter, no seu entendimento, lhe roubado a noiva querida, fazendo-a amar o Carpinteiro de Nazaré.

Sob tortura, um jovem seguidor da Boa Nova informa-lhe que Ananias, tendo deixado Jope, estacionara em diversas aldeias, pregando as verdades de Jesus Cristo. Vivera em Jerusalém, algum tempo, indo de bairro em bairro, no seu mister de divulgador.

Finalmente, retirara-se para Damasco. E é para lá que ruma o rabino, com documentos que o habilitam a acionar todos os recursos, inclusive a pena de morte, contra Ananias e os que o pretendessem seguir no rumo da nova doutrina.

Após a visão de Jesus, em pleno deserto, ao sol do meio-dia, estando hospedado em Damasco, Saulo é avisado pelo hoteleiro que alguém o deseja ver.

Um velhinho de semblante calmo e afetuoso, sorriso generoso nos lábios, e cãs respeitáveis se identifica ao moço, como alguém que Jesus enviara ao seu encontro.

O nome? Ananias. "A resposta era uma revelação. A ovelha perseguida vinha buscar o lobo voraz." (4)

Recobrando a vista, com a imposição de mãos de Ananias, Saulo ouve de seus lábios que ele, Ananias, conhecera Jesus na tarde trágica do Calvário. Tinha ido a Jerusalém para as comemorações da Páscoa e encontrara a cidade tomada por movimento inusitado.

Acompanhara o drama pungente de Jesus pelas ruas da cidade santa, condoendo-se de sua marcha penosa com a cruz, seguindo o cortejo até o monte. Do alto da cruz, Jesus lhe lançou um olhar inesquecível. Era um chamado, um convite.

Teve notícias, três dias depois, da ressurreição do Mestre e então, procurou Simão Pedro para conhecer melhor a personalidade daquele homem. Aceitou de imediato o Evangelho, tendo retornado a Emaús, disposto dos seus bens e tornado a Jerusalém, associando-se aos apóstolos galileus nas primeiras atividades da Casa do Caminho.

Ananias lhe fala a respeito de Estêvão e de Abigail. Confidencia ao coração sofrido de Saulo o quanto ela o amava, de suas preces a Jesus pela sua conversão.

Ele não dispõe da cópia integral das anotações de Levi, contudo, empresta ao novo discípulo seus pergaminhos amarelentos, que portavam notas dispersas dos ensinamentos de Jesus, que Saulo de imediato se dispõe a copiar.

Damasco não possuía propriamente uma igreja. Os adeptos do "Caminho" se reuniam em casa de uma lavadeira humilde, que alugava a sala para poder acudir a seu filho paralítico. Ananias presidia as reuniões, como um patriarca no seio da família.

Emmanuel o descreve lendo os apontamentos evangélicos, ilustrando-os com comentários de sua experiência pessoal e eventos outros significativos. Ao final, percorrendo as filas dos bancos e impondo as mãos sobre os doentes, os anciães de mãos trêmulas, velhos pedreiros rudes, mulheres simples e necessitados de toda ordem.

É Ananias que aconselha Saulo a amadurecer as idéias, preparando-se para o seu apostolado, o que o faz procurar o velho mestre Gamaliel, em Palmira e internar-se, no deserto de Dan, em seqüência.

Diz-lhe Ananias: "...O Senhor conferiu-te a tarefa de semeador; tens muito boa vontade, mas, que faz um homem recebendo encargos dessa natureza? Antes de tudo, procura ajuntar as sementes no seu mealheiro particular, para que o esforço seja profícuo." (6)

Depois de passar 3 anos no deserto, Saulo retorna a Damasco e é novamente Ananias quem o recebe. Depois de pregar na Sinagoga, no segundo sábado de sua permanência na cidade, Saulo recebe ordem de prisão e se acolhe, a conselho de Ananias, em casa da humilde lavadeira.

O ancião é preso. Desejam que confesse onde se encontra o moço de Tarso, que ousara macular a Sinagoga falando a respeito do Mestre da Galiléia. Durante 24 horas permaneceu incomunicável. Recebeu vinte bastonadas que lhe deixaram o rosto e as mãos gravemente feridas.

Ao interrogatório, respondeu com firmeza: "Saulo deve estar com Jesus" (3), o que, conforme sua consciência, não equivalia a mentir aos homens, mas também não comprometia o amigo fiel.

Logo que se viu livre, esperou a noite e cauteloso se dirigiu ao local onde se realizavam as prédicas do "Caminho". Sugere a Saulo que fuja da cidade, por cima dos muros, dentro de um cesto de vime. Não era o momento de afrontar o poder judaico.

Assim, com o concurso de outros três irmãos de mais confiança, deu-se a fuga de Saulo, depois das primeiras horas da meia-noite.

Em lágrimas, o Apóstolo dos gentios beija as mãos de Ananias. Voltariam a se reencontrar os dois amigos, somente após a morte.

É Ananias que vem ao encontro de Paulo de Tarso, logo após a sua decapitação e lhe diz: "...Desde a revelação de Damasco, dedicaste os olhos ao serviço do Cristo! Contempla, agora, as belezas da vida eterna, para que possamos partir ao encontro do Mestre amado!..." (5)

Conhecendo-lhe a alma sensível, Ananias perguntou qual o seu primeiro desejo, agora, na esfera dos redimidos e ao comando mental daquele, a caravana espiritual demandou caminhos percorridos pelo apóstolo tarsense.

Ao alvitre de Ananias, reúnem-se no cimo do Calvário e ali cantam hinos de esperança e de luz. Logo mais, o próprio Mestre Jesus, tendo ao seu lado Abigail e Estêvão, os irmãos de Corinto, vem receber o Apóstolo.

É muito interessante se verificar a dedicação de Ananias. Em Damasco, devolve a visão a Saulo. É igualmente quem vai restituir a visão ao vencedor e o guiará na sua nova vida, no Mundo Espiritual, logo após o executor Volumnio ter cumprido a ordem de Nero, retirando-o do corpo físico, às margens da Via Ápia.

Servidor do Cristo, ao receber a ordem do Mestre, reluta de início, por conhecer a reputação maldosa de Saulo para, após as explicações de Jesus, a respeito dos acontecimentos às portas de Damasco, atender o irmão, sem outros questionamentos.

Em nome de Jesus, vai ao encontro de seu perseguidor e não somente o auxilia, quanto o abraça e o chama "Irmão", tornando-se-lhe amigo fiel e incondicional. Uma das colunas de sustentação da tarefa extraordinária de Paulo, o Apóstolo. Alguém a quem Paulo se referiria, como "homem segundo a Lei, que tinha o bom testemunho de todos os Judeus". (Atos dos Apóstolos, 22, 12)

Um vaso útil ao serviço do Mestre Jesus.

Bibliografia:
01. MIRANDA, Hermínio. Os amigos. In:___. As marcas do Cristo. Rio de Janeiro: FEB, 1979. v. 1, cap. 4.
02. XAVIER, Francisco Cândido. Abigail cristã. In:___. Paulo e Estêvão. Ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2002. pt. 1, cap. IX.
03.______. Lutas e humilhações. Op. cit. pt. 2, cap. III.
04.______. No caminho de Damasco. Op. cit. pt. 1, cap. X.
05.______. Ao encontro do Mestre. Op. cit. pt. 2, cap. X.
06.______. Rumo ao deserto. Op. cit. pt. 2, cap. I.
07. Van der Osten, A . Ananias. In:___. Dicionário enciclopédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
08. http://www.bibliquest.org/index_auteurs-I_Z.htm#augt


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1- Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - maio/2004.
2- Texto faz parte também do livro Personagens da Boa Nova,publicado em 2010, pela FEP - Federação Espírita do Paraná.
3- Personagens da Boa Nova é o tema da VIII Mostra Espírita do CEPAC, que será apresentada no dia 20 de novembro.